A arte não pede licença nem favor, é imperativa! É uma questão de vida ou morte.
Ninguém escolhe ser artista, já se nasce com esse defeito de fabricação. Em verdade, pelo que me concerne, é-se escolhido como um veículo, um instrumento de expressão de conteúdos subconscientes ou inconscientes que pairam sobre a coletividade e precisam se estampar perante seus olhos e olhares, muitas vezes surpresos ou, até mesmo, perplexos. Ela nos fala através de uma linguagem não verbal, de uma dimensão nossa, sutil, para a qual nossa atenção pouco se volta, mas, em verdade dita, em sua mudez, as razões de nossa existência, o nosso Norte verdadeiro. Quando assim se expressa, o faz sem qualquer vínculo ou compromisso com nosso mundo objetivo, sem determinismos conceituais ou aprisionamentos a quaisquer regras ou padrões. Brota das profundezas insondáveis do inconsciente humano, onde somente se alcança garimpar suas valiosas gemas, abrindo mão de todas as meias verdades culturais que vivemos cotidianamente.
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